A Bahia registra um aumento significativo nos casos confirmados de Febre Oropouche, com 628 infecções contabilizadas até quinta-feira (6), conforme dados do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). A doença viral, transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim, foi identificada em 41 municípios do estado.
O primeiro caso da Febre Oropouche em Salvador foi registrado em 10 de abril. Gandu é a cidade com maior número de casos, somando 81 diagnósticos positivos, seguida por Amargosa, com 60 casos, e Teolândia, com 43. A transmissão da doença ocorre através do maruim e, até o momento, não há evidências de transmissão direta entre pessoas.
Os sintomas da Febre Oropouche são semelhantes aos de outras arboviroses, como a dengue e a chikungunya, incluindo febre, dor de cabeça e dores musculares. Não existe um tratamento específico para a doença; o tratamento disponível visa apenas aliviar os sintomas.
Diante do aumento dos casos, a Secretaria da Saúde do Estado intensificou as ações de investigação epidemiológica nas regiões afetadas. Técnicos da Vigilância Epidemiológica estão realizando a captura dos mosquitos transmissores para verificar se estão infectados e entender melhor a disseminação da doença na Bahia.
A diretora da Vigilância Epidemiológica do Estado, Márcia São Pedro, destacou que o poder público está em alerta desde a confirmação do primeiro caso. “Qualquer agravo de interesse à saúde pública já representa um sinal de alerta para a vigilância epidemiológica, mesmo sem um cenário de ameaça iminente”, afirmou. Ela também reforçou a importância do uso de roupas compridas e repelentes, além de evitar o acúmulo de lixo e folhas, que facilitam a reprodução do mosquito vetor.
Márcia São Pedro enfatizou que, ao surgirem sintomas, as pessoas devem procurar uma unidade de saúde imediatamente. O manejo clínico da Febre Oropouche é focado no alívio dos sintomas, uma vez que não há um tratamento específico para a doença.