Comercializando 188 mil toneladas e alcançando um faturamento de R$ 1,3 bilhão no mercado externo no ano passado, a Bahia solidifica sua posição como um dos principais expoentes da fruticultura nacional. Essa ascensão é impulsionada por diversos fatores, como a elevada produtividade da fruticultura irrigada no semiárido, especialmente na região do Vale do São Francisco, onde o clima favorável e a disponibilidade de duas ou mais safras por ano contribuem significativamente. Além disso, um eficiente trabalho de defesa fitossanitária e a presença de polos consolidados de exportação, equipados com infraestrutura adequada para colheita, pós-colheita e exportação, também são determinantes para esse desempenho.
Segundo dados da Secretaria de Agricultura, Irrigação, Pecuária, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri), o estado foi responsável por cerca de 20% do valor total exportado pelo setor no país em 2023, evidenciando sua relevância para o agronegócio nacional. O volume de 188 mil toneladas de frutas exportadas reflete a diversidade e a qualidade da produção baiana.
As principais frutas exportadas pela Bahia incluem mangas, uvas, limões, limas e mamões, além de melões, melancias, abacates, abacaxis, laranjas, goiabas, bananas, figos, morangos, maçãs, peras, tangerinas, entre outras. Esse amplo leque de produtos, que engloba também conservas, sucos e preparações de frutas, contribui para a versatilidade e competitividade da oferta baiana nos mercados internacionais.
A manga desponta como a fruta fresca mais vendida no exterior em 2023, representando 61% do total exportado e gerando um valor de comercialização de R$ 802 milhões. Em seguida, as uvas, limões, limas e mamões também se destacam, consolidando a presença da Bahia nos mercados internacionais.
Os números da Superintendência de Assuntos Econômicos e Sociais (SEI) indicam um crescimento expressivo nas exportações de frutas baianas, que ultrapassaram R$ 1,5 bilhão em 2023, um aumento de 49% em relação ao ano anterior. Com uma expectativa positiva para o ano atual, as mangas, limões, uvas e mamões continuam liderando o volume exportado pelo estado.
Os principais destinos das exportações baianas de frutas em 2023 foram a União Europeia, os Estados Unidos e o Reino Unido, destacando-se pela significativa participação nos volumes totais exportados.
A tecnologia desempenha um papel fundamental no avanço da fruticultura baiana, com a adoção de práticas de irrigação, manejo eficiente, utilização de novas variedades e qualidade das sementes e mudas. Além disso, a atenção dedicada à defesa fitossanitária e às atividades pós-colheita contribui para elevar a qualidade e a competitividade dos produtos locais nos mercados internacionais.
A expansão do setor também é impulsionada pela evolução nas barreiras fitossanitárias, pela infraestrutura de pós-colheita e pelas extensas áreas disponíveis para irrigação no semiárido. Os avanços científicos gerados pelas pesquisas da Embrapas têm sido fundamentais para o aumento da produtividade e para a diversificação das culturas frutícolas no estado.
Para Guilherme Coelho, presidente da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), a Bahia desempenha um papel crucial na fruticultura nacional, oferecendo condições ideais para o cultivo de uma ampla variedade de frutas de alta qualidade ao longo de todo o ano. O crescimento consistente das exportações baianas reflete a busca crescente por produtos frescos e de qualidade nos mercados internacionais, consolidando a reputação e a confiança dos consumidores estrangeiros nos produtos baianos.