Somente em 2024, o estado da Bahia já contabilizou mais de 100 tremores de terra
Na última terça-feira, 21 de maio, a cidade de Jaguarari, na Bahia, foi abalada por uma série de tremores de terra ao longo do dia. De acordo com o Laboratório Sismológico (LabSis), foram registrados 88 eventos sísmicos entre 6h37 e 18h40.
Dos tremores registrados, apenas oito ultrapassaram a magnitude de 2.0 na escala Richter, sendo o mais forte de 2.7. Em 2024, a Bahia já contabilizou mais de 100 tremores. Segundo o geólogo Eduardo Menezes, do LabSis, os eventos sísmicos podem ser percebidos pela população a partir de uma magnitude de 1.5.
“Isso faz parte de um processo de atividades sísmicas. São falhas ativas nessas regiões, e às vezes ocorrem ‘enxames sísmicos’, que são vários eventos em um curto período. Podem durar um dia, semanas, meses ou até anos. É comum e faz parte das áreas sismicamente ativas da Bahia”, explicou o geólogo ao Portal A TARDE.
Sobre os riscos à população, Menezes destacou que depende da intensidade dos tremores. Em Jaguarari, apesar do número elevado de eventos, a maioria teve baixa intensidade. “Quando uma região apresenta vários eventos seguidos em curto período, é importante monitorar as estruturas locais. No caso de Jaguarari, as casas não apresentaram problemas significativos. A maioria dos tremores é baixa e não é sentida pela população.”
O Laboratório Sismológico da UFRN, com apoio do CNPq, monitora a região desde 2022. A rede de monitoramento é composta por cinco sismógrafos que estudam as sismicidades locais e divulgam as atividades registradas.
Em Jaguarari, o distrito de Pilar é o local com maior ocorrência de tremores. Em toda a Bahia, as cidades de Amargosa, Jacobina e Maracás também registram frequentemente abalos sísmicos, com magnitudes médias em torno de 2.0.